A moral também está ligada aos sentimentos e às emoções

Segundo Piaget, o desenvolvimento moral e, mais ainda, as ações relacionadas a ele dependem de uma espécie de "energia motora" para que ocorram: a afetividade. Esse aspecto ganhou cada vez mais espaço nas pesquisas e, hoje, o desenvolvimento de questões ligadas a sentimentos e emoções ocupa o primeiro plano nos estudos sobre a moralidade. Esse novo olhar teve início com as pesquisas da americana Carol Gilligan, que chamou a atenção para uma forma de desenvolvimento da moralidade definida como ética do cuidado, a qual se centra na capacidade de pensar na saúde das relações entre as pessoas. Com isso, distinguir o justo do injusto passou a ser visto como apenas um dos muitos aspectos do desenvolvimento moral da criança e do adolescente. A nova perspectiva ampliou as pesquisas para o desenvolvimento psíquico de outras virtudes, como a generosidade, a compaixão e a lealdade.

"Quando eu vejo alguém fazendo uma coisa que não pode, eu não conto. Eu guardo aqui na minha caixinha de histórias (apontando para a cabeça)." Caio, 5 anos
"E por que você prefere não contar?" Repórter
"Porque é muito feio falar. A pessoa leva bronca." Caio
"Mas o certo não é obedecer à regra?" Repórter
"Você iria achar legal levar uma bronca se fosse com você?" Caio

Distintas dos aspectos cognitivos, essas virtudes podem ser a chave para entender por que mesmo um garoto pequeno, como Caio, 5 anos, que demonstra ainda não se guiar por uma moral autônoma, assume a postura de não delatar os amigos quando eles infringem uma regra (leia o diálogo acima).

"O desenvolvimento moral é um sistema dinâmico, um processo não só cognitivo, como afetivo, social e cultural", diz Ulisses Araújo, docente da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (USP), campus Leste.
"Por mais críticos e conscientes que jovens e adultos sejam em relação à moralidade, ninguém escapa de oscilar entre a moral heterônoma e autônoma em seus atos."

A afetividade tem relação direta com a construção de valores e com a forma de agir frente a dilemas morais.Reprodução/Agradecimento Escola de Aplicação da Universidade de São Paulo (USP)

"No futuro eu quero ser desembargador. Gostaria de mudar as leis. A gente vê um monte de injustiças. Por exemplo, quando tem um arrastão e os ladrões não são pegos, enquanto uma pessoa que rouba um pão, porque tem fome, acaba ficando muito tempo na cadeia." Lucas, 12 anos
Reprodução/Agradecimento Escola de Aplicação da Universidade de São Paulo (USP)

De fato, distinguir o certo do errado não implica necessariamente em agir conforme seu juízo. Afinal, não há criança nem adulto que paute todos os seus atos por convicções morais (veja abaixo a justificativa de Guilherme, 16 anos, para uma possível mentira). Como entender então essa discrepância entre pensar e agir?

"Não basta saber discernir e compreender as razões implicadas em determinada ética ou moral", pondera a psicóloga Vanessa Lima, docente da Universidade Federal de Rondônia (Unir).
"Para ter ações morais, é preciso ser movido por uma vontade e um desejo morais que guiem aquela conduta."

Outro aspecto que influencia uma ação moral, segundo Vanessa, é a representação que a criança ou o jovem têm de si próprio.

"Se um adolescente, por exemplo, considera central a questão da honestidade em sua personalidade, ele provavelmente se guiará mais por esse valor do que por outros tidos como periféricos na visão que tem de si mesmo", explica(confira acima o desenho e a fala de Lucas, 12 anos).

"Se é uma coisa que eu quero muito fazer e que eu julgo não ser algo errado, não vejo tanto problema em mentir (para pais ou professores). É uma reação a uma regra imposta e com a qual eu não concordo." Guilherme, 16 anos

Todos esses aspectos apontam para um longo processo de construção da moralidade, que começa na infância, se intensifica na adolescência e continua pela vida toda. Dessa forma, deve ser deixada de lado a ideia de que uma criança ou um jovem têm boa ou má índole.

"O ser humano é complexo, e reduzi-lo ao inatismo é desconsiderar suas potencialidades", diz Vanessa.

"Se fosse assim, teríamos apenas que fazer julgamentos precoces dos indivíduos que têm potencial para dar certo e errado."

Crianças e jovens sempre poderão se aproximar dos princípios éticos. Basta que tenham suas convicções suficientemente postas em xeque. Para construir a moral autônoma, o adolescente precisa de situações que desafiem seu modo de pensar.

* Os desenhos e os diálogos publicados nesta reportagem são de crianças da 5ª série do ensino
fundamental e do 2º ano do ensino médio da Escola de Aplicação e de turmas de 5 e 6 anos da Creche Central da Universidade de São Paulo (USP), em São Paulo, SP

Consultoria de Maria Thereza Costa Coelho de Souza, professora do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP)

CONTATOS

Nelson Pedro-Silva

Ulisses Araújo

Vanessa Lima



BIBLIOGRAFIA

Educação e Valores: Pontos e Contrapontos, Valéria Amorim Arantes, Ulisses Araújo e Joseph Puig, 168 págs., Ed. Summus, tel. (11) 3872-3322, 38 reais

Ética e Moral na Educação, Roque A. Neto e Margarete M. Rosito, 132 págs., Ed. Wak, tel. (21) 3208-6095, 19 reais

O Juízo Moral na Criança, Jean Piaget, 304 págs., Ed. Summus, tel. (11) 3872-3322, 60 reais

Moral e Ética - Dimensões Intelectuais e Afetivas, Yves de La Taille, 192 págs., Ed. Artmed, tel. 0800-703-3444, 36 reais

fonte: Revista Abril

Dentição infantil

A infância é uma fase de fundamental importância no desenvolvimento bucal. Muito ao contrário
do que se dizia antigamente, que os dentes de leite iriam cair mesmo, boa dentição decídua é um grande indicador de boa dentição permanente. Não devemos esquecer que dentes de leite ficam na boca até algo em torno dos 13 anos de idade da criança.

Hoje em dia temos conhecimento para avaliar qualquer anomalia facial ou dentária e conhecimento para não permitir alterações indesejáveis. As crianças devem sempre que possível acompanhar seus pais nas consultas odontológicas, mesmo que não precisem, pois assim vão se
acostumando com o ambiente de um consultório dentário.

E, por incrível que possa parecer para alguns, ficam sempre querendo sentar na cadeira , sentir o arzinho e a água que sai dos aparelhinhos do dentista.

Os pais devem deixar a criança manifestar essa vontade, pois algumas vezes a insistência leva as crianças a ficarem com certa desconfiança. Avaliações em relação à respiração são muito importantes, pois crianças respiradoras bucais tem um crescimento facial alterado, costumam apresentar olheiras constantes, come de boca aberta e mesmo distraídas, assistindo TV, os lábios não ficam encostados. Também é muito comum essas crianças roncarem e os pais brincarem dizendo que roncam como gente grande ou que puxou este ou aquele membro da família.

A higiene bucal é de fundamental importância, escovação após as refeições além de manter uma boca saudável, cria o hábito nas crianças de ter essa sensação de limpeza e quando adultos, isso será algo prazeroso e não uma obrigação. As crianças podem escovar os dentes sozinhas, mas isso para elas será apenas uma brincadeira, os pais devem antes do término da escovação, eles mesmos realizarem esse procedimento, agora sim removendo a placa bacteriana e resíduos alimentares dos dentes. Em relação ao creme dental, só deve ser usado por crianças na presença dos pais ou quando elas souberem cuspir e não engolir o creme. Isso porque o creme dental tem flúor, algo muito importante e que reduz realmente as cáries dentárias, porém se ingerido em grande quantidade pode causar vários problemas de fluorose, principalmente em locais onde a
águam também contém flúor.

Fluorose são manchas esbranquiçadas nos dentes, e estão se tornando muito comuns nos jovens hoje em dia, devendo os pais ter uma atenção especial. Então na escovação do seu filho, coloque pouca quantidade de creme dental ou procure um creme que tenha sido fabricado mais tempo (mas dentro da validade), pois quanto mais tempo o creme estiver armazenado, menor será a quantidade de flúor ativo.

Quando a criança já não tiver risco de engolir o creme dental, o mesmo deve estar o mais próximo da data de fabricação, com maior teor de flúor ativo. Assim que possível, os dentes das crianças deves receber uma aplicação de um produto chamado selante, que é como se fosse um verniz , ele faz uma camada sobre os dentes do fundo (decíduos ou permanentes) deixando a face oclusal do dente, face do dente onde fazemos a mastigação, lisa, com menor retenção de alimentos e mais fácil de se higienizar.

É importante dizer que esse selante vai se gastando com tempo e novas aplicações são necessárias. Quando conversar sobre isso com o seu dentista, considere o valor como um investimento e não um gasto, pois as vantagens deste procedimento são imensuráveis.

Muitos não acreditam, mas a saúde bucal dos pais também é importante para que a criança desenvolva uma boca saudável. Acho que todos concordam que pais com preocupação em ter boa saúde bucal, irão se esforçar ainda mais para que seus filhos desenvolvam boa saúde bucal,
assim como estarão dando o exemplo para a criança, que normalmente imita os pais. Além disso, sabemos que as cáries e doenças periodontais são causadas por bactérias e como outra doença qualquer, pode ser transmitida ao seu filho.

Ele pode até não desenvolver a doença, mas terá a bactéria. Por isso, normalmente, peço que evitem dar beijo na boca da criança, experimentar a comida na colher em que a criança está se alimentado entre outras recomendações de coisas que fazemos no nosso dia a dia.

Claro que você não precisa ser radical neste item, mas evitar que outras pessoas o façam, pois quanto maior o contato, maior o chance. Lembre-se sempre, a prevenção é a melhor maneira de se manter a saúde e também a mais econômica.

Caso tenha dúvidas sobre este ou qualquer assunto relacionado com a Odontologia, vá em www.drsabino.com.br e deixe a sua pergunta.


Dr. Milton Sabino é especialista e mestre em periodontia, especialista em ortopedia funcional dos maxilares e pós-graduado em ortodontia e implantes dentários.

Luto Infantil

Muitos adultos acreditam que a criança não entende nada sobre a morte e deve ser poupada de saber que alguém próxima a ela faleceu. Entretanto, é provável que esta mesma criança já tenha visto um inseto morrer, perdido algum bicho de estimação ou assista alguma cena de morte em desenhos ou noticiários.

Quando a criança perde uma pessoa querida de sua família como pai, mãe , irmão ou irmã, avós, ela fica triste, confusa. Ocorre que esta mesma morte é sofrida por seus familiares, que doloridos, estão sem condições de manter a intensidade de cuidado e atenção que antes dirigiam a ela. O importante é que, passado este momento de crise, ela volte a sentir-se segura e bem cuidada. Pode ocorrer que, nas semanas seguintes a perda, as crianças sintam grande tristeza ou sigam acreditando que o familiar que morreu permanece vivo. Se, no entanto, evitar mostrar tristeza ou persistir a longo prazo negando a morte de seu familiar querido poderá vir a ter sérios problemas no futuro.

A raiva após a morte de alguém essencial para a segurança da criança é uma reação esperada
que pode se manifestar através de comportamento irritadiço, pesadelos, medos ou agressão dirigida aos familiares sobreviventes. De qualquer maneira, sabemos que a reação da criança ao luto está bastante relacionada a forma que os pais ou pai sobrevivente e outros parentes abordarão esta questão com ela nas semanas e meses que sucederão a perda.

Quando o adulto oculta dela a verdade sobre a morte, pode deixá-la confusa e desamparada pois possivelmente perceba que algo aconteceu e que todos estão agindo de forma diferente. Deixe a criança a vontade para exprimir os seus sentimentos. Não devemos obrigá-la a ir ao enterro ou velório caso ela esteja assustada. Poderá futuramente encontrar outras maneiras de se despedir e recordar através de fotos, rezas,etc.. Caso ela manifeste desejo de participar do velório ou enterro, informe-a sobre o que verá, explique a razão de estarem ali, deixando-a livre para perguntar e para ficar o tempo que desejar.

O fato é mesmo a criança que não sofreu perdas necessita do adulto para falar sobre a morte e esclarecer suas dúvidas. Converse com ela procurando ser o mais honesto possível. Falar em céu ou que o morto foi viajar ou dormiu, pode criar a falsa expectativa de que regressará, dificultando o entendimento da perda como algo definitivo.Além disso, temos que ter o cuidado de respeitar o seu tempo para compreender a morte, levando em consideração o seu desenvolvimento cognitivo. Crianças pré-escolares acreditam que a morte seja temporária e reversível, tal como acontece em muitos desenhos animados nos quais os personagens morrem e voltam a viver.

Entre cinco e nove anos a morte é percebida como irreversível, mas não como algo natural e
universal. Crianças que encontram-se neste grupo`não conseguem imaginar que elas ou alguma pessoa conhecida possa morrer. A morte é vista como algo distante, que só ocorre com os outros, a menos que haja uma perda de alguém muito próximo. Somente entre nove e dez anos a morte passa a ser percebida como uma interrupção das atividades dentro do corpo, que faz parte da vida, que é natural.

Mesmo que a criança seja pequena e só entenda posteriormente, não devemos negar que todos iremos morrer algum dia e que é natural ficarmos tristes nestes momentos. Procure utilizar palavras simples e experiências que lhe são familiares. Depois, aguarde que a criança demostre novamente vontade de falar sobre este assunto. Outros sinais de sofrimento podem ser manifestados pela criança quando perde alguém importante, como perda de interesse por suas atividades, insônia, medos, manifestação de comportamento correspondente a uma idade anterior, isolamento, dificuldade escolar, imitação do morto. Se ela apresentar algum destes
sintomas, e este persistir, procure a orientação de um profissional.


Extraído do site: http://www.tutomania.com.br/

Distinguir entre certo e errado

As crianças diante dos dilemas morais

Distinguir entre certo e errado e agir segundo princípios éticos depende do desenvolvimento da cognição e da afetividade de crianças e jovens

Thais Gurgel (novaescola@atleitor.com.br)
Reprodução/Agradecimento Creche Central da Universidade de São Paulo (USP)

"Eu sempre fico de castigo porque faço besteira, coisa errada. Uma vez eu joguei um elástico (de cabelo) na bochecha da minha irmã. Eu também falo palavrão, falo cocô." Sofia, 5 anos

"E por que não pode fazer isso?" Repórter"Porque todo mundo ganha castigo. Essa é a história do castigo." Sofia

Reprodução/Agradecimento Creche Central da Universidade de São Paulo (USP)

Não há pais ou professores que não abram um sorriso de satisfação ao receber um elogio sobre a boa educação dos filhos ou dos alunos. A sensação de dever cumprido despertada nessas ocasiões é fácil de entender. Afinal, pelo senso comum, são eles os grandes responsáveis por garantir que crianças e adolescentes tenham uma vida social saudável e colaborem para a harmonia dos grupos dos quais fazem parte. De fato, pais e mestres são figuras centrais no desenvolvimento moral, ou seja, no julgamento que a criança tem sobre o que é certo ou errado. Mas, na prática, o verdadeiro protagonista desse amadurecimento é ela própria, que constrói desde cedo um conjunto de valores pessoais. E, mais importante ainda: é ela quem também toma decisões frente aos dilemas morais que encontra no dia a dia.

Nesse processo, o senso de justiça é um dos principais aspectos a serem desenvolvidos. Ele foi tema de estudo do suíço Jean Piaget (1896-1980), que, com base em pesquisa sobre a forma como os pequenos lidam com as regras em situações de jogos e dilemas morais, constatou que a
construção do sentido de justo e injusto tem ligação com o desenvolvimento cognitivo. Segundo ele, as crianças passam por diferentes tipos de compreensão em relação às regras. Conforme
amadurecem, obtêm cada vez mais condições de se relacionar com elas de maneira crítica. Assim, constituem uma moral dita autônoma, pela qual passam a considerar a intencionalidade dos atos.

Nos primeiros anos de vida, os pequenos vivem um período de iniciação às regras e precisam da intervenção constante de um adulto que os oriente sobre o que é aceitável – não morder o irmão e não bater nele, pedir um biscoito ao dono do pacote em vez de tomá-lo etc. "As regras existem para regular a relação entre as pessoas", diz Nelson Pedro-Silva, professor de Psicologia do Desenvolvimento da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), campus de Assis. "Todos nós abrimos mão de alguns desejos em vista de viver em sociedade, fato que a criança deve enfrentar desde cedo para que possa compreendê-lo."

"Aqui na creche tem uma regra: não subir no poste da quadra." Mileva, 5 anos

"E por que não pode subir?" Repórter "Porque a gente pode cair e quebrar a cabeça." Mileva

"E mesmo assim vocês fizeram isso?" Repórter

"É porque a gente pensava que não tinha regra." Mileva

Conhecendo regras, os pequenos adquirem um primeiro repertório para atuar em grupo, mas não refletem sobre elas. Eles as cumprem porque respeitam uma autoridade (pais, professores, o porteiro do prédio, o primo mais velho) e não necessariamente porque concordam com elas. Se, por exemplo, uma criança da Educação Infantil souber que é proibido jogar objetos nos outros ou subir nos postes da quadra da escola (veja os diálogos da primeira imagem e do quadro acima),
ela provavelmente não fará isso por temer uma reprimenda e não porque pensou sobre esses atos e suas consequências. Trata-se, assim, de uma moral dita heterônoma. "É fundamental, porém, que ela seja orientada a agir de maneira cooperativa em relação ao outro, mesmo quando ainda não consegue se conscientizar da importância disso", pondera Pedro-Silva. Como ainda não tem condições de analisar regras, a criança se relaciona com elas pelo respeito à autoridade.

Dessa forma, por exemplo, num conflito em que um menino não deixa o outro participar de um jogo, porque este bate nos colegas e estraga a partida quando está perdendo, é importante que o professor faça uma mediação. Ele pode promover a escuta do garoto que foi excluído da
brincadeira e do que teve seu jogo arruinado. Assim, pode-se chegar a um acordo para que ambos cooperem e possam jogar juntos – a forma de pensar deles é, com isso, desafiada.

O mesmo vale para os adolescentes. Em conversas orientadas, eles podem conhecer a perspectiva do outro e, assim, avançar na construção dos valores morais e da autonomia. É fundamental aproveitar situações que geram desequilíbrios na forma de pensar das turmas.

fonte: revista escola Abril

Andando na rua

Aconselhe o seu filho:

Não converse com estranhos.

Não aceite presentes, doces ou refrigerantes de pessoas que você não conhece. Fale claro que você não quer e se afaste delas.

Procure não andar sozinho, tente sempre a companhia de seus amigos e se sentir medo ligue para a polícia e explique seu problema.

Quando estiver esperando condução para ir à escola ou para voltar para casa, evite os pontos de parada em locais escuros e sem movimento.

Não acredite em estranhos que digam trazer recado de seus familiares. Peça a uma pessoa amiga que confirme o que estão dizendo.

Se for seguido por estranhos na rua, entre na primeira casa habitada e peça socorro.

Se alguém o atacar, tentando agarrá-lo, esperneie e grite bem alto, muitas vezes, pedindo ajuda.

Não aceite caronas de motoristas desconhecidos e, se algum deles lhe chamar, não dê atenção e nunca se aproxime do veículo.

Quando estiver desacompanhado e alguém o incomodar, querendo pôr a mão em seu corpo, grite bastante para chamar a atenção de outras pessoas que estejam por perto.

Se você ainda não consegue guardar na memória o seu endereço ou o telefone de sua casa,
peça a alguém de sua família que os escreva em um cartão e carregue-o sempre com você.

Quando precisar de ajuda, procure um policial. Você receberá apoio e orientação.

O que fazer se algo acontecer

Se outras crianças o agredirem para roubar, não resista e entregue o que pedirem. Assim que puder peça ajuda à polícia.

Para os Adultos

Como se prevenir:

Evite usar jóias, relógios, roupas e outros objetos que possam demonstrar ser de valor.

Não carregue objetos de valor, todos os seus documentos, grandes quantias em dinheiro ou cartões de crédito, se não houver necessidade. Se for preciso, procure estar acompanhado, divida o dinheiro em várias partes da roupa e siga diretamente para o seu destino.

Nunca demonstre que está procurando um endereço.

Procure andar acompanhado.

Evite locais desertos ou pouco iluminados.

Em ruas escuras ou desertas, evite dobrar a esquina junto a construções, prefira o centro da rua.

Sempre que possível, faça seus pagamentos com cheques nominais e cruzados.

Procure variar seus horários e fazer rotas diferentes para deslocar-se de casa ao trabalho ou escola.

Procure andar rápido.

Mantenha sua bolsa ou pasta à sua frente. Procure mantê-la sempre firme entre o braço e o corpo, com a mão sobre o fecho e posicionada do lado
da calçada.

Não use bolsos traseiros para carregar carteira ou dinheiro.

Caminhe no centro da calçada e contra o sentido do trânsito, para poder perceber a aproximação de algum veículo suspeito. Atravesse a rua a qualquer sinal de perigo.

Fique atento quando parar no semáforo para pedestres.

Telefone celular, computadores portáteis (notebooks, handhelds) devem ser transportados discretamente. Evite as típicas maletas para notebooks. Faça seguro dos equipamentos.

Se você notar que está sendo seguido, aja com naturalidade, entre em qualquer lugar público e ligue para a Polícia Militar (tel. 190).

Não use locais isolados para namorar.

Separe previamente pequenas quantias de dinheiro para despesas como café, cigarro e transporte.

Antes de entrar em casa verifique se não há algum suspeito por perto.


Oriente seus filhos para irem e voltarem da escola em grupos. Se puder, leve seus filhos à escola ou peça isso a pessoas de sua absoluta confiança.

Antes de ir à praia ou locais de grande concentração de pessoas, ponha um papel no bolso da criança, com nome, endereço, telefone, tipo sangüíneo e possíveis sensibilidades a medicamentos.


Do site: Guia Serasa de Orientação ao Cidadão
http://www.serasaexperian.com.br/guiacontraviolencia/index.htm

A síndrome dos pais avestruz

Você é do tipo pai avestruz?

Ponha-se no lugar do avestruz! Vem chegando uma fera, um animal peçonhento, ou um felino com garras afiadas e o medo invade a pobre ave que não encontra outra solução senão meter sua cabeça no primeiro buraco que encontra. Parece que a cegueira lhe dá toda a segurança!

Ufa! Afinal, pensa ela, se eu não enxergar o perigo ele deixa de existir!

Você pode estar pensando o quão ridícula é esta postura do avestruz. Prefere a cegueira à luz, o “não saber” para “não sofrer”, o “não ver” ao ver e pensar qual a solução adequada para aquele caso!

Diante do titulo acima, você já deve estar imaginando o que vem a seguir. Adivinhou!

Será que meu comportamento como pai, como mãe está se assemelhando ao de um avestruz?

Se seu filho anda chegando muito tarde, se sua filha está mentindo com uma certa freqüência, se o “papo” lá em casa não esta fluindo…será mesmo que está tudo bem? Será que não há nada a fazer?

Cuidado com o “falso sossego”! Não tenha medo de ver a realidade. Só vendo é que podemos tomar alguma atitude. O avestruz, por exemplo, parece desconhecer a sua capacidade de correr em grande velocidade. Será que nós conhecemos todas as nossas possibilidades?

O que percebemos é que grande parte das pessoas, por não procurarem se conhecer bem acabam desconhecendo também suas inúmeras possibilidades. É verdade que muito nos frustra nos percebermos pais “medíocres”. Parece que em casa não conseguimos tanto sucesso quanto no âmbito profissional! Os nossos projetos caseiros (filhos) nos desconcertam com uma relativa
freqüência!

Mas pense:

* Que nota você daria para você em matéria de conversa amigável com seu (sua) filho(a) adolescente?

* Quantas vezes por semana vocês jantam juntos, vêm algum filme juntos, fazem alguma atividades esportiva juntos?

Se sua resposta é ZERO aí está sua chance! Você pode passar para UM. Esta semana , ou melhor HOJE, você vai procurar, cavar algum momento em que possa falar com seu(sua) filho(a) sobre amenidades, dar risada juntos,curtir um bom momento, elogiar algo de bom que ele(a) tenha
feito, dito ou expressado.

Senão…sabe a que vão se restringir seus encontros com seus filhos? A broncas, cobranças, discussões, brigas, etc.

E pense bem…. qual seria o seu grau de intimidade, de afeto, de carinho com uma pessoa que o recriminasse 24 horas por dia! Porém, aquela que sabe alternar as dificuldades da vida com momentos de paz, de descontração, terá autoridade moral para agir com firmeza e carinho (
dois aliados inseparáveis) no momento que for necessário.

Pai, mãe, se você se identificou com o avestruz, parabéns! É uma bela ave, tem uma carne fantástica, corre com grande velocidade, é grande, tem postura, apenas…..precisa acertar umas coisinhas na hora de enfrentar as dificuldades! Afinal..isso não é o fim do mundo!

Dora Porto
acesse www.serfamilia.com.br

O ESPANTALHO E A ESPIGA

Era uma vez uma cidade muito bonita, onde as famílias viviam muito felizes! As casas eram grandes, os quintais todos plantados com arvores de muitas frutas que se chamava o pomar. Além deste pomar havia também uma área muito grande toda plantada de milho e cana.

As crianças tinham animais de estimação como cachorrinhos, porquinhos e filhotes de cavalo também. Todos aprendiam cedo a montar num cavalo, sabiam tirar leite da vaca e cuidar dos bezerrinhos até uma certa idade. Tinham suas tarefas, mas nem por isso deixavam de ir a escola.

Saiam de casa cedo e caminhavam até lá, levando seus lanches nas mochilas, só voltando na hora do almoço. Estavam todos muito felizes com a preparação da festa junina que sempre era muito bonita e cheia de atividades. Faziam os pares e a professora os treinava na famosa quadrilha.

Cantavam também em duplas tocando violão, pois aprendiam com os pais., que também dançavam a quadrilha. Havia doces e salgados de todos os tipos, principalmente de milho que era o que plantavam. No meio desta algazarra toda, existia uma pessoa que andava meio triste. Ah...quem seria? Acredite se quiser, o Sr. Espantalho...

É, ele ficava no meio do milharal para espantar os pássaros que vinham bicar as espigas, afugentando-os. Uma manhã salvou uma bela Espiga de Milho que vários pássaros estavam espreitando.

- Obrigado, Sr.Espantalho, por ter me salvado. Estou muito grata.

Era muito educada esta Espiga sempre agradecia e pedia por favor, pois assim aprendera com seus pais.

- Posso fazer alguma coisa pelo senhor?

- Pensando bem, pode sim, respondeu o Sr. Espantalho.

- Pois diga então...

Chegou-se até ela e falou bem baixinho perto de seu ouvido.

Oh...oh.. repetia a Espiga.

- E então aceita?

- Sim de minha parte tudo bem, mas vou pedir permissão para minha mamãe.

E assim chegou o dia da Festa Junina no Arraial. Quase toda a cidade estava lá, comendo bebendo o suco de cidra quentinha e cantando. Foi anunciada a primeira quadrilha. Vieram as crianças e foi muito bonito tudo. Veio a segunda dos pais, foi também muito bonita. Ai chegaram os pares para cantarem as modas de viola. Estavam no palco todo feito com os caixotes das frutas, enfeitado com bandeirinhas, e um bambu enorme em forma de arco e muito enfeites com legumes e espigas de milho.

Era o costume, pois também agradeciam a colheita que haviam tido, por isso usavam estes enfeites. Mas eis que de repente, no meio da música que estavam cantando, apareceu quem? O Sr espantalho e a Espiga de Milho... Dançaram muito bem e bastante até o final quando já o chapéu dele escorregava da cabeça... Estavam lindos os dois, a Espiga toda enfeitada e de trancinhas.

Todos os presentes adoraram e bateran muitas palmas, eu diria que mais para eles do que para a quadrilha. Foi então que as crianças entraram no meio fizeram uma roda e os colocaram dentro. É não devíamos ter esquecido deles, afinal fazem parte da família da cidade e nos ajudaram bastante. A festa prosseguiu animada o resto da tarde.

A lição ficou, mesmo que pareçam insignificantes certas coisas são importantes em nossas vidas, como por exemplo...

O Espantalho e a Espiga!

Não temos tempo

Não temos tempo para os filhos.

Temos tempo para muitas coisas, mas não temos tempo para os filhos.

O tempo é um bem escasso, a vida está difícil, trabalhamos imenso e nem assim conseguimos tornar sossegada a hora de fazer contas aos dinheiros quando se aproxima o final do mês.

Gostamos muitíssimo dos nossos filhos, mas não temos tempo para os ver crescer, para os ajudar a crescer.

A vida é agitadíssima. É para dar aos filhos melhores condições que nos matamos a trabalhar. Assim poderemos dar-lhes mais coisas. É por isso que muitas vezes ficamos a trabalhar depois da hora.

O tempo não chega para tudo…

A verdade é que arranjamos desculpas como estas com enorme facilidade. Com elas conseguimos acalmar a nossa consciência e, até, convencermo-nos do nosso heróico papel, quase digno de um mártir desses que sofrem em silêncio durante uma vida inteira pelo bem da humanidade…

Entretanto – sejamos claros – vamos semeando pelo mundo crianças que cresceram sem pais: seres obrigados a entenderem o mundo – e a entenderem-se a si mesmos – na mais absoluta solidão.

Devíamos abrir os olhos para duas coisas:

Os filhos – enquanto não os tivermos estragado totalmente – estão-se nas tintas para todas aquelas coisas maravilhosas – e desnecessárias – que nós lhes possamos comprar com o dinheiro todo que conseguimos ganhar no tempo em que devíamos estar em casa. Mesmo que se trate dos brinquedos mais badalados lá na escola, com direito a anúncios na televisão e tudo. Mesmo que se trate da última moda de comodidades tecnológicas.

Preferem uma boa conversa com o pai, um passeio no sábado à tarde, um jogo em família ao serão.

Porque – enquanto não os tivermos corrompido com o nosso materialismo – eles sabem muito bem, embora possam não ser capazes de o explicar, que o importante é aquilo que uma pessoa é e não aquilo que uma pessoa tem. Sabem isso por instinto, do mesmo modo que nós já soubemos e depois esquecemos.

Em segundo lugar, devíamos entender que não temos o direito de viver à sombra da desculpa de não termos tempo.

Temos tempo.

O pai tem tempo para ver o futebol, o jornal ou o telejornal. E a mãe tem tempo para a novela. E ambos têm tempo para conviver com os amigos. E para muitas outras coisas.

Temos tempo para aquilo que nos agrada e não nos dá demasiado trabalho.

Os cafés estão cheios de pais que não têm tempo para estar com os filhos. E os cabeleireiros e lojas de comércio estão cheios de longas conversas, muitas vezes ociosas.

Acontece por vezes que um dos filhos quer contar em casa uma coisa que se passou na escola e o preocupa – ou deseja perguntar acerca de algo que ouviu, na televisão ou a um amigo, e não entende – mas a resposta que obtém é que “agora não”, ou outra resposta mais amarga. Porque
naquele momento há o jornal ou a televisão, ou qualquer outra coisa …

Fica para depois. Para um depois que acaba por não acontecer nunca.

Portanto… não conhecemos os filhos. Ficamos aflitos – porque gostamos muito deles – quando, para nossa surpresa, atravessam a crise da adolescência, ou outra crise qualquer, talvez provocada por companhias menos recomendáveis. E quando então lhes pedimos que nos contem aquilo que os aflige, que desabafem connosco, verificamos… que não são capazes de o fazer.

E há então silêncios, dolorosos e profundos, que não deviam existir numa família.

Enquanto cresceram não se habituaram a contar aos pais – havia o jornal, a ausência ou a televisão pelo meio – todas as coisas que foram surgindo na sua vida solitária. E agora é demasiado tarde.

Devíamos abrir os olhos. A única razão para o nosso comportamento é a nossa cobardia e o nosso comodismo.

Existe porventura motivo para que seja a escola a dar “educação sexual” aos jovens, substituindo a família nessa tarefa que apenas a ela compete? Que género de pais somos nós?

Somos cobardes, é o que é.

E somos comodistas.

Criar um filho significa muito mais do que dar-lhe de comer e de vestir e levá-lo ao médico. Há todo um convívio – um viver com os filhos – que deve existir no dia a dia.

E, nesse viver constantemente lado a lado, a pessoa do pai verte-se na pessoa do filho, ensinando-o a olhar para o mundo, ajudando-o a construir a sua personalidade e a adquirir virtudes. Auxiliando-o a desenvolver as suas qualidades e a dar-se com as outras pessoas.

Ensinando-lhe o que são a vida, o sofrimento, o amor e a morte.

Todos os acontecimentos do dia a dia servem para essa finalidade. Os pais devem estar ao lado dos filhos nos problemas e nas dificuldades, que são sempre grandes e importantes. Mesmo quando parecem não passar de “coisas de crianças”.

Dar a vida a um novo ser é apenas um começo. É preciso depois edificá-lo.

E isso dá muito trabalho.

É talvez a tarefa mais difícil do mundo, mas também a mais bela.

Cabe-nos o dever – e a honra – de a realizar.


Texto de:
Paulo Geraldo
Do site: http://familia.aaldeia.net/

Depressão pós-parto

Com o parto, ocorrem reações conscientes e inconscientes na puérpera e em todo o ambiente familiar e social imediato, que reativam profundas ansiedades. Uma das mais importantes é a revivência inconsciente da angústia do trauma do próprio nascimento: a passagem pelo canal do
parto, que inviabiliza para sempre o retorno ao útero e empurra para um mundo totalmente novo e, portanto, temido.

A perda repentina de percepções conhecidas, como os sons internos das mães, o calor do aconchego, enfim, o sentido total de proteção, para o surgir de percepções novas e assustadoras.

A secção do cordão umbilical separa para sempre, o corpo da criança do corpo materno deixando uma cicatriz, o umbigo, que marca o significado profundo desta separação. Assim, no inconsciente, o parto é vivido como uma grande perda para a mãe, muito mais do que o nascimento de um filho.

Ao longo dos meses de gestação ele foi sentido como apenas seu, como parte integrante de si mesma e, bruscamente, torna-se um ser diferenciado dela, com vida própria e que deve ser compartilhado com os demais, apesar de todo ciúme que desperta. Sendo assim, a mulher emerge da situação de parto num estado de total confusão, como se tivessem lhe arrancado algo muito valioso ou como se tivesse perdido partes importantes de si mesma.

Tanto quanto na morte, no nascimento também ocorre uma separação corporal definitiva. Este é o significado mais doído do parto e que se não for bem elaborado, pode trazer uma depressão muito mais intensa à puérpera: o parto é vida e também é morte.

Os sintomas do estado depressivo variam quanto à maneira e intensidade com que se manifestam, pois dependem do tipo de personalidade da puérpera e de sua própria história de vida, bem como, no aspecto fisiológico, as mudanças bioquímicas que se processam logo após o parto.

Além das vivências inconscientes em que predominam as fantasias de esvaziamento ou de castração, as mais intensas são as ansiedades de carência materna - quando a puérpera apresenta forte dependência infantil em relação à própria mãe ou ao marido - e as de autodepreciação, quando se sente incapaz de assumir as responsabilidades maternas, e até mesmo inútil, quando não consegue captar a compreensão do significado do choro do bebê para poder satisfazê-lo. Para poder suportar tais ansiedades, inconscientemente, alguns mecanismos de defesa são colocados em movimento, segundo as características pessoas da puérpera.

Dessa maneira, ela pode apresentar-se cheia de uma energia despropositada, eufórica, falante, preocupada com seu aspecto físico e com a ordem e arrumação do ambiente em que se encontra. As visitas são recebidas calorosamente e parece tão disposta, auto-suficiente, como se não precisasse de ajuda externa. Em contrapartida, manifesta alguns transtornos do sono, muitas vezes necessitando de soníferos.

Se o ambiente mais próximo não lhe oferecer carinho e atenções, tal estado pode produzir somatizações, como febre, constipação e outros sintomas físicos. Do mesmo modo, se as fantasias inconscientes não puderem ser contidas, surgem as ansiedades depressivas de modo ocasional
ou em acessos de choro, ciúmes, aborrecimento, tirania ou em expressões de autodepreciação e de auto-acusação.

A puérpera, ao contrário da hiperativa, pode apresentar-se com um profundo retraimento, necessidade de isolamento, principalmente se há uma quebra muito grande do que esperava, tanto em relação ao bebê idealizado quanto a si própria como figura materna. A prostração e a
decepção com sentimentos de fracasso e desilusão, têm também aspectos regressivos que se somam aos já produzidos pelo parto, com a reatualização do trauma do próprio nascimento, fazendo com que a puérpera sinta-se mais carente e dependente de proteção, como que
competindo com o bebê as atenções do meio que a cerca.

A sensação predominante neste caso, é de sentir-se apenas a serviço do bebê, como se nunca mais fosse recuperar sua vida pessoal.

O homem também pode apresentar o quadro de depressão puerperal, embora com menos intensidade. A depressão masculina tem origem nos sentimentos de exclusão diante da díade mãe-bebê. É como se ele se percebesse apenas como uma pessoa provedora que deve trabalhar e satisfazer as exigências impostas pelo puerpério da mulher.

A própria vivência emocional do parto e a possibilidade de decepção quanto ao sexo do bebê, num momento em que todos ao seu redor parecem ocupados demais para lhe dar a atenção que necessita, muitas vezes encontra saída para suas ansiedades, no ambiente externo ao lar. Daí o
aumento das atividades e carga horária no trabalho, relações extra-conjugais ou mesmo somatizações com ocorrências de doenças ou quedas com fraturas, para poder também chamar atenção sobre si.

No caso de já existirem outros filhos, estes também sofrerão impactos emocionais, com a ausência da mãe e o medo de perder seu amor em prol do novo membro da família. O modo como demonstrarão tais sentimentos, freqüentemente vão desde a regressão, quando solicitam novamente o uso da chupeta, apresentam transtornos do sono, inapetência, voltam a molhar
a cama, até mesmo a negação da própria mãe, como se não precisassem mais de seu amor e cuidados. Neste momento, vinculam-se mais fortemente com o pai ou com a pessoa que as está atendendo, fortalecendo na figura materna o sentido de incapacidade, de não conseguir realmente dar conta das antigas e novas responsabilidades, concomitantemente.

É muito difícil determinar o limite entre a depressão pós-parto normal da patológica, chamada de psicose puerperal. A característica principal desta é a rejeição total ao bebê, sentindo-se completamente aterrorizada e ameaçada por ele, como se fosse um inimigo em potencial.

A mulher sente-se, então, apática, abandona os próprios hábitos de higiene e cuidados pessoais. Pode sofrer de insônia, inapetência, apresenta idéias de perseguição, como se alguém viesse roubar-lhe o bebê ou fazer-lhe algum mal. Se a puérpera estiver neste quadro de profunda
depressão, sem poder oferecer a seu filho o acolhimento necessário, este também entrará em depressão. As características apresentadas são: falta de brilho no olhar, dificuldade de sorrir, diminuição do apetite, vômito, diarréia e dificuldade em manifestar interesse pelo que quer que
esteja ao seu redor. Conseqüentemente, haverá uma tendência maior em adoecer ou apresentar problemas na pele, mesmo que esteja sendo cuidado.

Se há bloqueio materno em manifestar amor pelo filho, alguém deve assumir a tarefa de maternagem em que o bebê possa sentir-se amado e acolhido, pois sem amor não desenvolverá a capacidade de confiar em suas próprias possibilidades de desenvolvimento físico e emocional.

Neste caso, o psiquiatra deve ser consultado urgentemente e, simultaneamente ao apoio farmacológico, será aconselhada a psicoterapia.

Assim, o ambiente imediato deve estar atento à intensidade da depressão apresentada pela puérpera, no sentido de que se não puder proporcionar a segurança e a paz que ela necessita, possa pelo menos aconselhá-la a procurar ajuda profissional neste momento de crise.

De qualquer maneira, em quaisquer desses estados apresentados, é comum e esperado, na puérpera, a ocorrência de idéias depressivas e persecutórias, o retraimento e o abandono ou a hiperatividade, sem chegar ao nível alarmante da psicose puerperal. O próprio estado regressivo em que se encontra contribui para o surgimento de tais sintomas.

Assim, se a família e os amigos colaborarem de modo satisfatório, proporcionando confiança e segurança à puérpera, principalmente no tocante às atividades maternas, sem críticas e hostilidades, mas com compreensão e carinho, acolhendo-a nos momentos de maior fragilidade
emocional, a depressão pós-parto vai diminuindo de intensidade até se transformar em carinho pelo bebê e respeito pelo ritmo de seu desenvolvimento e progresso.

Até alguns anos atrás, quando as famílias eram mais numerosas, era comum o filho mais velho cuidar do mais novo e, desta forma, quando tinham seus próprios filhos, sentiam-se mais capacitados e seguros em assumi-los. Hoje em dia, é mais difícil passar por esta experiência, já
que todos na família saem para trabalhar muito cedo e o número de filhos ter diminuído consideravelmente. Para suprir tal carência de aprendizagem, algumas maternidades estão implementando o sistema de alojamento conjunto, para que possa proporcionar à gestante a
experiência real e supervisionada com seu bebê, o que facilitará a formação do vínculo precoce entre eles.

A Psicologia da Gestante surgiu, então, com o propósito de fornecer não apenas informações cognitivas mas, principalmente, permitir que a gestante possa expressar livremente seus temores e ansiedades, a fim de ter assistência e orientação psicológica para enfrentar as diversas
situações de maneira mais adaptativa, realista e confiante. Trata-se de um trabalho preventivo, se tiver início junto com o acompanhamento médico pré-natal e/ou de suporte ante a crise, no caso da depressão pós-parto já instalada.

Ana Maria Moratelli da Silva Rico Psicóloga clínica

Sozinho em casa

Ficar sozinho em casa enquanto os pais trabalham tornou-se uma responsabilidade das crianças. Deixar a casa em ordem, cuidar dos irmãos, fazer as lições de casa e inventar brincadeiras para passar o tempo são algumas das atividades exercidas.

Essa missão pode ser muito divertida, perigosa ou até um pouco triste. Solidão, falta de carinho e apoio da família são os chamados "piores momentos do dia". Mas tudo isso depende de como driblar o medo e tomar certos cuidados.

Trabalho para os pais: Ligar para seus filhos pelo menos duas vezes ao dia faz com que as crianças se sintam mais amadas, reservar um tempo todo dia para conversar e verificar se seu filho tem maturidade para enfrentar a responsabilidade de ficar sozinho em casa, é uma das tarefas principais.

Confira algumas dicas para crianças, publicadas no caderno Folhinha, do Jornal Folha de São Paulo:

Como perder medos que aparecem quando a gente fica só

- Ao voltar sozinho da escola, se perceber que alguém o seguiu até sua casa, entre numa loja e avise ao primeiro adulto que encontrar.

- Telefone para seus pais quando chegar da escola, para que eles fiquem menos preocupados.

- Nunca abra a porta para quem você não conhece. Diga à pessoa que sua mãe não pode atender no momento e peça para voltar outra hora.

- Em casa, acenda as luzes antes de escurecer, principalmente nos lugares que mais amedrontam você.

- Preste atenção aos barulhos de sua casa, para reconhecê-los. A geladeira e o vento que bate na janela têm barulhos característicos.

Cuidados quando você é o único que está em casa

- Se você levar um tombo ou cortar o dedo com uma faca, telefone para seus pais e fale com clareza e calma sobre o que aconteceu. Assim, eles vão orientar você.

- Se quebrar um prato ou xícara, não pegue os cacos com as mãos. É melhor varrer e juntar com uma pá. Antes de sair do lugar para pegar a vassoura, lembre-se de ver se seus pés estão calçados. Quando juntar os cacos maiores, proteja as mãos com papel ou pano.

- Sempre verifique se você desligou o gás do fogão e a água, depois de usá-los.

- Peça a seus pais uma lista com os números de telefones dos bombeiros, médicos e da polícia para qualquer emergência.

Diversões para as horas solitárias

- Não assista à TV o dia todo. Se assistir TV, escolha com seus pais os programas a que você vai assistir. Procure ouvir música, criar histórias, dançar ou ler livros e gibis.

- Cultive seu hobby: jogue xadrez, cartas, videogame, colecione figurinhas e assista aos vídeos que você gosta.

- Reserve um dia da semana para brincar com um amigo. Antes de combinar o encontro, consulte seus pais.

- Faça uma lista de coisas que gostaria de fazer durante a semana e mostre a seus pais para que eles o ajudem a escolher uma atividade.

- Não deixe a casa bagunçada. Arrume sua cama e seus brinquedos, ponha a mesa e guarde a louça seca.

Encontro com os pais no fim do dia

- Adiante a lição de casa, para fazer apenas as tarefas difíceis com seus pais.

- Não receba seus pais só com reclamações. Mas não deixe de contar sobre as coisas ruins que aconteceram durante o dia.

- Peça a seus pais para avisar quando forem chegar atrasados em casa.

- Não deixe a linha do telefone ocupada por muito tempo, pois seus pais podem querer falar com você, para dizer um "oi".

Sozinho em casa-2

1-Antes de sair de casa e deixar a sua criança sozinha deve estabelecer alguns limites e regras antecipadamente.

* Nunca deve abrir a porta de casa

* Nunca deve deixar entrar ninguém

* Não deve sair de casa

* Não se deve debruçar às janelas

* Deve conhecer o número 112 e o dos bombeiros

* Deve conhecer o número de telefone dos pais, devem estar igualmente programados no aparelho telefónico doméstico e assegure-se igualmente que as crianças sabem utilizá-lo.

* Faça uma revisão de todas as situações perigosas que posssam ocorrer e converse gradualmente com as crianças abordadndo este tema. Este processo deve decorrer muito antes de deixar a criança sozinha em casa, para que com calma e solidez integre estes comportamentos.

2- Preparar a sua ausência

* Nas primeiras vezes não fique fora de casa muito tempo e não se afaste, para conseguir voltar rapidamente caso seja necessário.

* Torne a sua casa segura (assegure-se que os produtos perigosos estão fora do alcance das crianças, que as portas e janelas fecham convenientemente por exemplo.

textos extraídos dos sites:

http://casadotinoni.blogspot.com/

http://www.planetaeducacao.com.br/

A CONVERSA DAS MOCHILAS

No cantinho do quarto ela estava encostada e parecia bem triste. Vamos ouvir seus pensamentos: Eu era uma mochila linda toda enfeitada sempre com mil selinhos brilhando, brilhando... Agora estou aqui encostada sabe lá o que vão fazer comigo! Ajudei tanto andei nas costas de meu amiguinho, levei alguns chutes de outros malcriados da sala, mas eu era feliz.

-Assim estava pensando a pobre mochila ali no cantinho.

Na outra parte da casa, no escritório dos pais de Pedrinho a mãe já preparava o material escolar para o ano que se iniciaria em poucos dias.

-Pedrinho meu filho, você escolheu a mochila certa é bem grande e dá para colocar no carrinho não precisará por nas costas!

-Sim mamãe, também gostei tenho muito carinho pela minha velha mochila.Foram dois ou mais anos juntos e ela não pesava tanto assim.

Dizendo isto voltou para seu quarto e pegou a mochila.

-Minha querida amiga, sei que você não fala que é um objeto, mas estou triste de ter que encostar você.

-Sabe, preciso de mais espaço tenho mais livros e cadernos a cada ano que passa.

-Minha amiga o que farei com você, não quero que fique aqui sem fazer nada!

Sentou-se em sua cama e adormeceu. Sonhando que estava em uma escola pequena cheia de crianças e a maioria não tinha nem cadernos para escrever...livros então era coisa rara! Andou pelas salas de aula e os lápis eram emprestados dia a dia! Escreviam em folhas que as professoras davam! Chegou a hora de lanche e o que iriam comer? Assustado assim, acordou de repente. Foi então que a idéia veio.

Já sei o que vou fazer. Abriu todas as gavetas e foi retirando tudo que tinha em dobro e o que não precisaria também. No Natal havia ganhado lápis de cores, canetas alguns livros de historias,
cadernos grandes e bonitos enfim muita coisa. Foi até o escritório e disse a mãe que gostaria de dar todo material extra que tinha para alguma escola que precisasse.

-Que idéia maravilhosa disse a mãe que era uma pessoa de muito bom coração também.

-Faça isso meu filho você tem tanto e se precisar de mais poderemos mos comprar, já as escolas não podem estar oferecendo de tudo para as crianças.

Assim foi, voltou para seu quarto e pegou tudo até aquele tênis que estava no gaveteiro guardado para que, perguntou a si mesmo? Chegou a hora da mochila. Pegou-a e levou até o escritório.

-Veja minha velha amiga, aqui esta a que vai me ajudar daqui para frente.

Encostou uma mochila na outra e foi atender a campainha da porta. Conversa das mochilas:

Oi, você é muito bonita toda colorida e bem grande.

Você também ainda esta muito bem.

Sabe que bom que estamos juntas, preciso de uns conselhos teus.

Meus?

É. Quero saber como vai ser minha vida de agora em diante e você já sabe, já passou por isso.

A velha mochila ficou toda contente e foi logo respondendo

-Bem você será a amiga numero um de Pedrinho fique sempre junto dele, é um menino cuidadoso e vai cuidar de você direitinho como cuidou de mim.Andei muito nas costas dele, mas você já ganhou um carrinho assim o peso não será tanto para ele.

-Ah, muito obrigado pelas palavras gentis.

Eis que Pedrinho volta dirige-se para a velha mochila e diz:

-Pronto minha velha mochila você vai ajudar outra pessoa agora, é uma menina muito boazinha que precisa muito de você.

-Entre Laurinha, veja aqui esta tua mochila agora.

A menina abraçou a mochilinha e saiu toda contente. E assim se alegraram três corações, de Pedrinho, de Laurinha e da mochilinha também.

Você pensa que ela não ficou contente! Ficou sim, que tal seguir o exemplo e ajudar os que estão precisando das coisinhas que você tem até demais!

Você não sabe, mas na fila das mochilas há muita conversa...



autora: Marlene B. Cerviglieri

A importância da água para as crianças

No dia-a-dia, muitas pessoas bebem pouca água, isso inclui as mamães e futuras mamães, esquecendo que seu corpo é constituído por cerca de 65% de água. O que isso representa?

Em conseqüência desse mau hábito, as mamães não oferecem água para seus filhos, ignorando a importância da hidratação diária das crianças. Lembrando que a criança ao nascer é constituída de aproximadamente 79% de água, de 70 a 75% nas primeiras semanas de vida e, no primeiro ano de vida, atinge de 60 a 65%.

Um bebê que é amamentado não necessita de água, chá ou suco. O leite materno oferece ao bebê até os seis meses de idade quantidade de água suficiente para sua hidratação.

Como o estômago e intestino do bebê até os seis meses de vida ainda estão imaturos, mesmo uma “inocente” água pode provocar diarréia e vômitos, aumentando as chances de desidratação.

Por isso, nessa etapa da amamentação, quem precisa de muita água para garantir quantidade de nutrientes suficiente para o leite materno é a mamãe.

Para os bebês alimentados com fórmulas, leite de vaca ou então que já passaram dos seis meses e que estão se alimentando de outros alimentos, a oferta de água é extremamente necessária para hidratá-los.

Ofereça água quando a criança estiver acordada. Deve-se aumentar a oferta de líquidos nos dias quentes e quando o bebê estiver com febre. Crianças precisam mais de água do que um adulto, pois são mais susceptíveis ao stress por calor já que possuem pouca massa corporal e com isso absorvem mais calor.

Também tem uma menor capacidade de suar que os adultos, tendo assim menos capacidade de dissipar o calor do corpo.

Água para recuperar as energias - Crianças que realizam atividade física merecem maior atenção, especialmente em temperaturas quentes. Ofereça água constantemente, pois os pequenos são menos sujeitos a sentir sede durante uma atividade e podem não sentir a necessidade de beber água mesmo quando o corpo precisa.

A água se faz necessária para o crescimento das crianças e para o melhor funcionamento do organismo, melhorando as funções dos rins, bexiga e intestino. As frutas, sucos, legumes e verduras também são fontes de água para o corpo humano. Mas as crianças devem beber pelo menos quatro copos com água fervida ou filtrada para garantir a harmonia do seu corpo.

A boa hidratação da criança previne a prisão de ventre, pois a água melhora o trânsito intestinal e umidifica as fezes.

Caso a criança perca muita água através de transpiração excessiva ou pelo trato gastrointestinal, como febre, diarréia ou vômito, consulte um pediatra e verifique a necessidade de se aumentar a ingestão de água para garantir a perfeita hidratação do seu filho.

As mamães nunca devem esquecer que seus filhos necessitam repor líquidos mais cedo e com maior freqüência e que eles não tomam instintivamente a quantidade suficiente de líquidos para repor a água perdida. Portanto, água neles!


FONTE: SUPERANE

Chega de BAGUNÇA!!!!

Tentar deixar a casa arrumada quando se tem crianças por perto é uma perda de tempo: no minuto em que você guarda um brinquedo, inexplicavelmente aparece outro. A bagunça chega a um ponto em que você começa a achar que o pequeno está tentando te deixar louca de propósito. Crianças de 1 ano estão descobrindo o mundo da única forma que sabem: explorando os arredores – e isso dá um trabalhão para a mamãe. Junte essa curiosidade ao desejo de ser independente (e à falta de habilidades manuais totalmente desenvolvidas) e você pode se preparar para muitos problemas. Embora a brincadeira de bagunçar seja saudável, isso não significa que você possa deixar seu filho fazer tudo o que quer. Veja as bagunças mais comuns e aprenda a impor limites sem prejudicar seu desenvolvimento.

Desenrolar papel higiênico

Crianças adoram girar o rolo de papel higiênico bem rápido e ver ele se desfazer. Enrolar tudo de novo dá um trabalhão, mas saiba que a brincadeira envolve movimentos de empurrar e jogar que ajudam a construir as habilidades motoras e a coordenação.

Como lidar: deixe o pequeno ter seu próprio rolo de papel higiênico em uma cor diferente. Avise que esse é para ele brincar e que os outros não são, aconselha Rahil Briggs, psicólogo infantil e diretor do Healthy Steps at Montefiore Medical Center, em Nova York. Mesmo assim, você ainda vai ter de ajudar a arrumar a bagunça, mas isso é melhor do que um ataque-surpresa no banheiro. Uma boa alternativa ao rolo de papel é brincar com uma bola. Impulsionar, jogar e rolar a bola vai desenvolver as mesmas habilidades (com a vantagem de não ter de arrumar nada depois).

Desenhar nas paredes

Dar canetinhas à criança é preparar o terreno para mais bagunça. Por outro lado, o desenho estimula a criatividade e também as habilidades manuais, o que vai ajudar o pequeno a aprender a escrever.

Como lidar: dê à criança uma folha grande de papel. Se ela rabiscar na parede mesmo assim, deixe claro que isso não está certo e envolva-a na arrumação, mesmo que seja só para segurar o paninho enquanto você limpa. Assim, ela vai aprender que suas ações têm consequências.

Brincar com a comida

Criança adora explorar as diferentes texturas, as cores e os sabores das comidas, normal. “Nessa idade, elas também são muito curiosas sobre causas e efeitos”, explica Linda Acredolo, assessora da Parents e co-autora de Baby Minds. Por exemplo: quando a comida cair no chão, será que ela vai rolar, espatifar ou fazer barulho?

Como lidar: posicione um grande tapete lavável embaixo do cadeirão; assim, você não vai precisar se preocupar. Se você correr para limpar cada vez que o pequeno derramar ou deixar cair alguma coisa, vai ficar louca, e ele vai começar a te testar.

Esvaziar o armário

Utensílios de cozinha são brinquedos superdivertidos para as crianças, além de boas ferramentas para o seu desenvolvimento. Colocar uma tigela dentro da outra melhora a noção de espaço, por exemplo.

Como lidar: deixe uma parte do armário reservada para as crianças, só com utensílios seguros, e mantenha os outros armários trancados. Lembre-se de liberar apenas os itens que você não usa muito para não ter de lavá-los toda hora.

TEXTO EXTRAÍDO DO SITE: http://revistapaisefilhos.terra.com.br/htdocs/index.php

Birras

Evitando as birras infantis

Os pais que nos tornamos têm origem no modelo de pais que tivemos, seja para imitá-los ou para refutar suas atitudes e comportamentos.

Isto acontece com cada um dos responsáveis pela criança separadamente, enquanto indivíduos com sua própria história e, enquanto casal, quando unem suas diferentes e singulares histórias ao formar uma família.

É por este motivo que não há um manual que ensine a educar uma criança, visto que são infindáveis as variantes que fazem parte da relação familiar, bem como o contexto em que são inseridas.

Geralmente, a questão maior se encontra na dinâmica do casal após o nascimento do bebê. Cada um, consciente e inconscientemente, reativa e revive sua própria infância e o modo como experienciou esta fase, certamente influenciará a relação pais-filhos.

Assim, o que serve como orientação para uma família não serve para outra, porque antes deve-se estudar e compreender o funcionamento do casal entre si e como pais.

Vejamos como podemos evitar as famosas birras infantis, que provocam tanto mal-estar e constrangimento, preferencialmente em lugares públicos como lojas, restaurantes, supermercados e afins.

Evidentemente que os pequenos escolhem tais locais porque já perceberam que é mais fácil
conseguir o que desejam. E os pais caem direitinho, também porque não querem incomodar os outros. Este tipo de comportamento acontece quando a criança (desde muito cedo), não percebe a diferença entre o tom de voz que ordena e o que pede e que pode ser negociado e, portanto, testado a cada situação que lhe convenha. E o mais interessante, é que aquilo que a criança tem vontade não é essencial e nem necessário. Funciona apenas como um confronto de poderes entre ela e os pais. Como um cabo de força.

Os adultos ainda subestimam a inteligência do próprio filho e acreditam que por ser muito novo não tem capacidade de manipulá-los para conseguir satisfação.

Por outro lado, não se pode perder de vista que entre dois e cinco anos, a criança ainda está assimilando o que sejam regras sociais e limites, como também não tem controle sobre suas emoções mais fortes. É totalmente dependende de um adulto que contenha seus impulsos desenfreados, mas sem agressividade.

Assim, evite levar seu filho para fazer compras ou comer em restaurante bem na hora que deveria estar dormindo em sua caminha aconchegante.

Se for fazer uma visita, peça para seu filho escolher um ou dois brinquedos para levar, o que a ajudará a passar o tempo se distraindo também.

Não fique longos períodos em lugares agitados ou cheios de gente estranha ou que não sejam de grande interesse para a criança, pois fará com que se assuste e se irrite mais facilmente. Afinal, programa de adulto é para adulto. Não espere que seu filho se comporte adequadamente por horas a fio, que não acontecerá.

Caso tenha que lhe chamar a atenção, não o faça na frente de outras pessoas. Leve-o para um lugar afastado e esclareça que não tem o direito de magoar ou irritar as pessoas. Evite grandes discursos, pois após um ou dois minutos, a criança se cansará e deixará de ouvir. Se tiver que
impor um castigo, para cada ano de vida, um minuto correspondente, sempre dizendo o motivo pelo qual está sendo punida. É suficiente para aprender.

Porém, se ela se comportar como esperado, não se esqueça de elogiá-la, incentivando-a sempre.

Lembre-se sempre: ser pai ou mãe exige tempo, disponibilidade e paciência. Muito tempo, muita disponibilidade e muita paciência.


Ana Maria Moratelli da Silva Rico

Texto extraído do site: http://guiadobebe.uol.com.br

Fadinha e o Grilo

Havia um bosque encantado, onde moravam a fadinha e seus amiguinhos. Ali todos eram muito felizes, brincavam o tempo todo iam comer quando tinham fome e a noite dormiam em suas casinhas.

Mas, ora ora dona Fadinha estava muito triste pois não tinha sua casinha! Conversando com o Grilo seu amiguinho disse que gostaria de ter uma casinha bem bonita.

Isso é fácil disse ele.

Eu moro em qualquer folhinha ou galho mas você pode ter melhor.

Vamos procurar pela floresta Fadinha e ver o que podemos fazer.

Assim saíram a procura. No meio do caminho encontraram o pica pau e a andorinha.

Aonde vão com tanta pressa?

Estamos procurando uma casinha para a Fadinha disse o grilo.

Podemos ajuda-los se permitir.

É claro disse a Fadinha.

Voaram por varias arvores, olharam em vários lugares e nada! Já a tarde cansados e com fome resolveram comer frutinhas que caiam aos montes das arvores ali perto. A Fadinha preferiu procurar uma fruta maior e separou-se do grupo. Voando que estava, pois Fadinha sabe voar como passarinho, viu uma enorme arvore cheia de frutos tão grandes!

Que fruta será esta? E foi se aproximando.

Era um pé de Jaca carregado delas e maduras.

Que coisa linda de se ver pensou.Que frutos grandes ela dá!

Chegou perto e viu que a fruta era meio espinhosa e dura. Ora vejam só aqui não dá para comer com as mãos. Voando mais um pouquinho viu outra arvore grande cheia de frutinhas grudadinhas em seu tronco e galhos!

Que maravilha pareciam bolinhas de gude, fubecas também chamadas assim!!

Era uma jabuticabeira carregadinha.

Ah, esta dá para pegar são pequenas.

Comeu algumas e ficou ali na fresca pensando nas diferenças entre as duas arvores e seus frutos. Foi então que pensou:

Os bichinhos meus amigos podem dormir nas arvores nas folhas e até nas tocas como os coelhos. Mas eu preciso de uma casinha maior é claro do que a do pica-pau...

Voltou para os amiguinhos e decidida disse-lhes:

Amigos já sei onde vou morar. É onde disseram todos juntos?

No topo da montanha azul. Lá existem vários lugares posso até escolher um bem bonito para mim. Todos voceis poderão me visitar pois é fácil subir até lá. Assim ficarei bem protegida durante meu descanso.

Sabem porque a montanha chama-se azul?

Não, disseram.

Porque às vezes ela se encontra com as nuvens e fica tudo azul.

Puxa disse o Grilo, você vai ficar pertinho das estrelas não é mesmo?

Acho que sim respondeu a Fadinha.

E assim ela foi morar no topo da montanha azul.

De vez em quando ela desce para brincar com sus amiguinhos pelo bosque e também para fazer algumas travessuras.

É Fadinha gosta de brincar conosco também.

Como?

Ora, de vez em quando esconde nossos brinquedos, come nossas balinhas mas faz isto tudo de brincadeirinha.

Agora escolha, coma jaca ou jabuticaba as duas são gostosas e fazem muito bem para nós, depois é só esperar a Fadinha para brincar com você!

Abraço



Autora: Marlene B. Cerviglieri

Formiguinha aventureira

Era uma vez uma formiguinha muito curiosa, muito espertinha, muito corajosa e também muito vaidosa. Sempre procurava estar asseada, sempre se vestia diferente das outras formigas, era a mais bonita. Tinha a mania de ficar a mirar-se ao espelho.

Ela era também muito sonhadora. Sonhava em viajar pelo mundo e adorava passear pelo bosque.

A rainha Paciência ficava sempre de olho na formiguinha, pois ela era órfã, seus pais tinham morrido de uma morte superpesada, eles foram pisados por uma pessoa de um metro e oitenta e cinco centímetros, e cento e dez quilos, que tinha vindo fazer um piquenique no bosque. A rainha queria educá-la à sua maneira, pois achava que ela tinha uma caídinha pra ser preguiçosa, achava que ela vivia nas nuvens. E quem já viu formiga preguiçosa e sonhadora? A rainha dizia que ela tinha vocação pra ser cigarra. Mas como? Se nem cantar bonito como uma cigarra ela sabia, embora tentasse, mas não tinha jeito, tava mais pra cantiga de grilo do que de cigarra.

A rainha Paciência mesmo com toda sua paciência, vivia brigando com ela. Não dava trégua, queria que ela trabalhasse igual as outras formigas. O inverno estava chegando, tinham que encher a despensa com bastante alimento, pois tinha saído no jornal da televisão que esse inverno seria muito forte. Todas as formigas estavam pegando alimento e lenha no bosque. Ela também trabalhava, mas sozinha, pois detestava aquela fila das formigas. Sempre tudo igual, todas se vestiam do mesmo jeito, faziam as mesmas coisas, viviam sempre em fila. E só faziam
trabalhar, trabalhar, trabalhar.

Ela sempre sonhava e dizia:

_Ainda vou ser a rainha das formigas, a primeira coisa que vou decretar será acabar com a fila. Quem já viu tanta fila? Parece bando de abelhas...fila pra pegar folha; fila pra trazer água; fila pra
tomar banho; fila até pra ir pra cama. Não aguento mais essa vida de andar uma atrás da outra, não sou vagão de trem, eu hem?! Quero liberdade, quero ser independente, viajar, conhecer o mundo, trabalha-se demais aqui, ninguém brinca, ninguém curte a vida. A rainha passa o dia naquele trono, não coloca nem a cabeça na janela, vivemos todos num formigueiro superapertado, quando entram duas formigas na cozinha, uma tem que sair de ré, pois não dá pra fazer a curva com o corpo. Quando eu for a rainha, tudo vai ser diferente.

Então, um dia que estavam todos dormindo, inclusive o vigia do buraco de formiga , ela arrumou sua trouxinha enrolada num lençol e amarrado no pau de vassoura e saiu pelo mundo atrás de aventuras.

Quando amanheceu, já estava bem longe do seu buraco. De repente ela viu um coelhinho vindo na sua direção, quase que a atropelava.

_ Ei! Olha por onde anda! Quase que você me pisava.

_ Desculpa, não te vi. E o que você está fazendo sozinha?
Nunca vi formiga andar só. Vocês só andam em grupo, uma atrás da outra.

_ Eu sou diferente. Sou orfã. E ainda mais eu detesto a vida de formiga. Não aguentava mais aquela vida de fila, minha vida era uma fila só. Dei um basta a tudo isso, quero ser independente.Sou sozinha no mundo mesmo, como já disse, não tenho família.

_ E daí? Conheço um monte de formigas orfãs, não interessa se tem pais ou não, quem manda mesmo é a rainha. Ué...e a sua rainha deixou você ir embora do buraco - quartel? Que rainha mais negligente, sem autoridade, nunca vi disso. Uma revolucionária dentro do buraco e
ela não fez nada?.Se você fosse uma formiga do reinado da rainha Ditadurajá com certeza você estaria de castigo na solitária.

_ Quem é essa rainha? Nunca ouvi falar. E olha que eu conheço algumas rainhas. Os formigueiros de vez em quando se visitam, temos que estar sempre unidas. Mas essa rainha Ditado...quero dizer Dentadura não conheço.

_ Rainha Ditadurajá, formiguinha! Ih... você é meio maluquinha, né?

_ Ditadurajá, Dentadura, seja lá o que for... não conheço nem
quero conhecer e tenho raiva de quem conhece. Tchau! Estou perdendo meu
tempo com voce.

_Que formiguinha abusada, eu hem?! Se cuide, tchau!

E lá vai a formiguinha Aventureira se aventurar pelo mundo. Ela prestava atenção a tudo que passava: cada árvore diferente, cada pedra, cada flor, só não prestou atenção ao dia que já tava passando, estava quase escurecendo.

E aí? Onde ela iria passar a noite?

_ Ai...tou ficando com medo, tá ficando escuro. Se pelo menos eu achasse um buraco de formiga. Vai embora medo! Nem vem que não tem! Não tenho medo de nada!

Continuou sua caminhada, quando, de repente, começou a escutar um barulho:

_ Parece uma batucada, será uma festa? O barulho vem daquele lado, perto da mangueira elegante.

O barulho vinha de um formigueiro que ficava embaixo da mangueira elegante. A formiguinha foi devagarinho se aproximando. Ela era tão corajosa que teve a ousadia de entrar no formigueiro. Êta formiguinha danadinha! O que ela viu deixou-a chocada: Um monte de formigas trabalhando com correntes amarradas nas pernas. Formigas velhas, crianças, doentes; formigas que não podiam de forma alguma estar trabalhando. Que loucura era essa que ela estava vendo?

Pensou em sair dali correndo, mas não podia fazer isso com aquelas formigas, tinha que ajudá-las de alguma forma, e também estava supercuriosa para saber por que estavam trabalhando de madrugada e daquela forma como priosioneiras.

Ela se escondeu atrás de uma saliência do buraco de formiga e conseguiu falar com uma delas. Era uma formiga bem velhinha, bem magrinha, as perninhas eram mais finas do que a mais fina das teias de aranha que podia existir no mundo. A formiguinha Aventureira teve uma pena enorme, teve até vontade de chorar, mas se controlou e perguntou:

_ Por que vocês estão trabalhando, se vocês não têm mais condições de trabalhar? Por que até formigas nenêns estão trabalhando? Por que estão trabalhando amarradas? E por que estão trabalhando a essa hora da noite?

Eram tantos porquês que a formiga velhinha magricela ficou tonta.

_ Primeiro você quer saber o quê? Aliás, antes de responder todas suas perguntas eu gostaria de saber quem é você, e o que está fazendo aqui no buraco-prisão Casa de Detenção Tirana, pertencente ao formigueiro da rainha Ditadurajá.

_ Eu estava passando aqui por perto quando escutei um barulho esquisito, então, me aproximei para ver o que era, pensei que estava havendo uma festa, pois o barulho do martelo de vocês parecia uma batucada de samba. Acabei de ouvir falar dessa rainha Ditadurajá.

_ É que a gente fica fazendo isso para tentar distrair as crianças, fazemos nosso trabalho em ritmo de samba para elas não ficarem tão tristes, pois como você deve ter percebido somos prisioneiras da rainha Ditadurajá. Quando manda prender alguém que ela acha que fez alguma coisa errada, a família da dita cuja é presa também, por isso que tem aqui velhos, crianças e formigas doentes. Pois a família toda tem que ser presa, independente de idade e de saúde. Mas o que você estava fazendo sozinha na floresta? A sua rainha deixa você sair sozinha?

_ Eu fugi do meu formigueiro. Mas a rainha Paciência era um amor de formiga. Eu fugi porque não aguentava mais a vida de formiga. Mas deixa isso prá lá...eu gostaria de ajudar vocês. Eu só vi dois vigias na entrada da prisão, e mesmo assim estavam distraídos jogando dominó, tem mais algum vigia por perto?

_ Não. Ninguém se arrisca a fugir. Temos medo, pois o fugitivo vai parar na solitária.

_ Mas que rainha cruel! Isso não pode continuar. Irei ajudar vocês.Eu tenho aqui na minha mochila um canivete super amolado, ele corta até metal, irei cortar sua corrente e você me ajuda a cortar das outras. Depois amarraremos os vigias e fugiremos pela floresta, correremos a noite toda e quando amanhecer já estaremos bastante longe.

_Mas isso não é certo...temos que obedecer nossa rainha.

_ Eu topo e a senhora também, viu dona Graciosa? Muito prazer, eu me chamo Dona Dorinha, escutei toda conversa de vocês. Gostei do seu plano e gostei muito de você, muito obrigada por ter a coragem de nos ajudar.

_ Muito prazer dona Dorinha, também gostei da senhora, mas vamos lá, pois temos que aproveitar a noite, e pelo que estou vendo, tem formiga que não vai ter condições de correr, vamos ter que carregá-las, portanto, vamos logo com isso!

Depois que todas estavam soltas e os vigias presos, as mais fortes carregaram nas costas as mais fraquinhas e os nenens, e saíram correndo mais rápido do que coelho assustado com bomba de São João. Quando o dia amanheceu, elas já estavam bem longe da prisão. Mesmo assim a formiguinha Aventureira achou melhor as últimas ficarem apagando os rastos, e para se sentirem mais seguras ainda achou melhor atravessarem o rio. A formiga Aventureira pegou um pedaço de pau grande e empurrou pra perto do rio, pediu pra que todas as formigas subissem nele e deixassem a correnteza levá-las para bem longe. Desceram cascatas enormes e foram
parar num bosque lindo. Chegando lá a formiguinha Aventureira reuniu todos numa pedra e fez uma reunião.

_Bem amigas...graças a Deus conseguimos fugir. Vocês agora são livres. Acho que aqui não tem mais perigo. Jamais a rainha Ditadurajá encontrará vocês aqui, pois estamos bastante longe do seu buraco reinado. E para comemorar vamos catar comidas e bebidas, quem for músico improvise um instrumento, pois vamos fazer uma festança, vamos cantar e dançar para comemorar nossa vitória, e vamos ao grito de vitória! Iupi!!iupi!!

E todos gritaram: Iupi!!Iupi!!

A festa foi de uma animação tamanha, os outros bichos atraídos pela alegria também participaram, mesmo sem saber o motivo da comemoração. A festa durou o dia inteiro.

Quando acabou, todos adormeceram exaustos. Ao amanhecer a formiguinha Aventureira organizou suas coisas para continuar a viagem, então, dona Graciosa com o barulho da formiguinha Aventureira, acordou.

_Ué...você vai pra onde? Não vai ficar com a gente? E quem vai tomar conta da gente? Quem vai mandar na gente?

_ Vocês agora são livres. Podem fazer com as suas vidas o que quiserem.

_ Ei! Acordem formigas! A formiga Aventureira vai nos abandonar! E agora como vamos viver?

Todas se levantaram assustadas.

_ Você não pode nos abandonar, não faça isso com a gente, senão podemos morrer.

_ Calma! Tudo bem. Irei ficar com vocês uns dias até ver que já estão organizadas. Primeira coisa que temos a fazer é um formigueiro. De preferência bem grande e bem bonito. Vou fazer o projeto nessa folha.

Ela fez um formigueiro enorme, cada família com seu quarto. Uma piscina, um parque para as crianças, uma salão para dança, um salão para a ceia, ninguém tinha visto um projeto de formigueiro tão bonito.

Depois de alguns dias ficou pronto. O formigueiro ficou maior do que pensavam. E ficou de uma beleza estonteante. Todo enfeitado de flores, cada cantinho era mais bonito do que o outro. Dava prazer ficar nesse formigueiro no inverno.

Ela ensinou pra elas a dividirem as tarefas de uma forma que ficasse com tempo livre para se divertirem, e não precisava ficar em fila, cada um fazia sua parte, todos faziam suas tarefas com o maior capricho, mas no seu ritmo e cada um com sua vocação. As que tinham vocação para lenhador cuidavam da lenha, as que gostavam de cozinhar trabalhavam na cozinha. E assim a vida do formigueiro era alegria só. Tinha noite que cantavam e dançavam sem parar.

Todos viviam felizes, as doentes ficaram com saúde novamente. As velhinhas eram tratadas com respeito. As crianças viviam sorrindo e fazendo suas traquinagens.

Os outros bichos do bosque nunca tinham visto um formigueiro tão feliz. Mas um dia a formiguinha Aventureira deu a péssima notícia: iria embora.

_Bem, o combinado foi esse, por favor não fiquem tristes.

_Nós sabemos, mas você não é feliz aqui?

_Nunca fui tão feliz na minha vida. Mas eu tenho que continuar o meu destino.

_ E quem foi que disse que o seu destino não é ser rainha desse formigueiro que você mesma criou?

Ela se virou para ver quem tinha falado isso com uma voz tão bonita.

Era o formiguinha Delírio e realmente ele era delirante, era o colírio de todas as formiguinhas do formigueiro. Ela o achava lindo, forte, trabalhador, mas sempre discreto, calado. Todas ficaram surpresas quando ouviram-no falar assim.

E ele continuou:

_ Vocês não concordam comigo? Ela já pode ser considerada nossa rainha oficial; aliás desde o início ela tem feito o papel de rainha, e das melhores! Acho que não existe nesse planeta um formigueiro mais feliz. Não passamos o dia em fila, todos nós somos livres, e aprendemos a dividir nosso tempo de uma forma que trabalhamos com prazer e para viver com mais conforto e alegria, e não como os outros formigueiros que vivem para trabalhar. Portanto, desejamos do fundo dos nossos corações que você seja nossa rainha. Iremos respeitá-la como a rainha das rainhas.

Todos aplaudiram de pé. A formiguinha ficou toda emocionada. Realmente ela era muito feliz ali. Teve mais aventuras do que nunca imaginou. E principalmente ficou encantada com o discurso do formiguinha Delírio. Ela aceitou toda feliz ser a rainha oficial.

Os dias foram passando, ela e o formiguinha Delírio foram se apaixonando e resolveram casar. Convidaram todas as formigas do formigueiro da rainha Paciência. O casamento durou três dias e três noites de festa.

O formigueiro da rainha Ditadurajá teve uma revolução e tiraram a rainha Ditadurajá do seu trono. O exemplo do formigueiro da rainha Aventureira foi falado e imitado em todos os formigueiros do planeta Terra e até do planeta Marte. Até as abelhas começaram a imitar
a rainha Aventureira.

E todas as formigas de todos os formigueiros viveram felizes para sempre.



João Pessoa - Brasil

O drama da morte súbita

A morte súbita é um fantasma para pais e pediatras”. Essa afirmação de Mauro Borghi, pediatra do Hospital São Luiz, mostra o quanto é complexo um diagnóstico preciso quando um bebê morre de forma inesperada.

E a busca por uma resposta tem inspirado estudos. Em um dos últimos, especialistas do hospital londrino Great Ormond Street encontraram altos níveis das bactérias estafilococo áureo e Escherichia coli ao analisar crianças que morreram subitamente. Essa descoberta ainda não é
conclusiva, mas pode ser um caminho para se descobrir os motivos desse drama.

O que é a morte súbita?

Ela ocorre de forma inesperada, durante o sono, em crianças com menos de 1 ano de idade. “O diagnóstico é feito pela história e por exclusão de outras prováveis causas, como cardiopatias congênitas, arritmias cardíacas, malformações do sistema nervoso central, erros inatos do metabolismo, traumatismo por maus tratos e homicídio, traumatismo acidental, infecções generalizadas, meningite e pneumonia”, afirma o pediatra.

O maior risco da morte súbita é entre bebês de 2 a 5 meses, prematuros e aqueles que nasceram com baixo peso. Os casos predominam em meninos (60% dos casos) e as incidências não mudam se as crianças eram amamentadas com leite materno ou mamadeira.

Como se sabe pouco sobre os motivos da síndrome da morte súbita, o melhor ainda é prevenir:

. Gestantes e bebês no primeiro ano de vida devem ficar longe dos fumantes;

· Os bebês jamais devem ser colocados para dormir de barriga para baixo.
A posição mais segura é de barriga para cima ou de lado;

· A cabeça do bebê tem de ficar descoberta durante o sono;

· Evitar travesseiros fofos e altos, para que o bebê não se asfixie;

· Colocar o bebê para dormir na cama com os pais é perigoso. Pode causar sufocamento e esmagamento;

· Agasalhar o bebê corretamente. Nem de mais, nem de menos.



Texto extrído do site: http://www.e-familynet.com

O GALINHO TEIMOSO

O galinheiro era muito grande, com uma árvore de goiabas no meio. No fundo tinha como um barracão onde as galinhas botavam seus ovos. Do outro lado ficavam os porquinhos, pois faziam muita sujeira e barulho também. Todas as galinhas tinham suas ninhadas, dava gosto de ver os pintinhos andando pelo galinheiro tentando ciscar imitando suas mamães. Eram de todas as cores, desde amarelo, brancos, pretinhos e até rajadinhos e uns quase ruivos. Da ninhada da carijó nasceu um galinho muito espertinho.

Desde pequeno andava sempre de crista empinada mexendo sempre onde não devia. Sua mãe, a galinha carijó, muito bonita por sinal, procurava ensinar a todos da mesma forma. Não adiantava, pois o galinho era danado mesmo. As goiabas caiam do pé e eles aproveitavam para comer suas sementinhas e até a polpa da fruta. Não sobrava nada.

Recebiam todo dia a ração e a água era muito limpinha. Certo dia o galinho percebeu que havia outros vizinhos do outro lado. Eram os porquinhos. Percebeu, também, as cestas onde as galinhas botavam os ovos. Mas, que novidade! Ficou todo alegrinho. Andava e andava, pensando num jeitinho de passar para o outro lado. Na primeira tentativa sua mãe viu e correu para ele:

- Não faça isso galinho! Você vai arrumar encrenca. O que você quer do outro lado?

- Nada mamãe, só ver como é.

Na realidade o que ele queria mesmo era provar a comida dos porquinhos, pois de longe parecia muito apetitosa. Um outro dia lá foi o galinho, teimoso que era. Tentou, tentou e ficou enroscado na cerca.

- E agora, o que faço?

Quanto mais se esforçava mais preso ficava. Gritou, esperneou e nada. Com muito esforço conseguiu sair. É claro que todo machucado.

- Ah minha asinha, como ficou!

Todos riram dele no galinheiro, pois sua teimosia lhe custou caro. Veio a dona do galinheiro e o levou para passar remédio nos ferimentos. Quando o trouxe novamente, jogou-o e disse:

- Da próxima vez irá para a panela seu galinho teimoso.

É. Nem sempre prestamos atenção em nossas teimosias, elas podem ser muito más para nós. As conseqüências, às vezes, nos machucam e muito.

Não seja um galinho teimoso, preste atenção nas suas curiosidades, às vezes não precisamos nos machucar para sabermos das coisas.

Fique no seu lugar. Pergunte e logo saberá o que pode e o que não deve fazer. Ser audacioso às vezes é perigoso!



Autora:Marlene B. Cerviglieri

Depressão materna e o impacto no bebê

Ninguém pode negar a importância da presença da mãe para o desenvolvimento e crescimento, em todos os aspectos, da criança. A mamãe precisa ter energia física e psíquica para acompanhar todas as etapas da vida do seu filho, protegendo-o, traduzindo o mundo e satisfazendo as necessidades da criança.

A mamãe é a pessoa que dá a oportunidade do bebê conhecer o mundo, oferecendo o equilíbrio que a criança precisa para organizar todas as novidades que chegam diariamente.

Se a depressão materna acontece, principalmente se ocorrer na infância ou adolescência dos filhos, um grande impacto no comportamento e intelecto recai sobre essas crianças.

Desde o nascimento, o bebê precisa da ajuda da mamãe para conseguir sentir-se seguro, confiante e poder se desenvolver motor e cognitivamente. Uma mãe depressiva nessa época torna-se ausente e empobrecida de estímulos para seu filho.

O bebê já demonstra irritação com essa atitude depressiva, sendo um bebê choroso, tendo mais diarréia que um bebê com uma mãe não depressiva, não tem um contato visual constante com sua mãe ou com estranhos. A interação desse bebê com o mundo é precária e ele se identifica mais com o rosto de alguém triste do que com um alegre. Viu como um problema da mãe pode gerar tanto nó na cabecinha do bebê?

Futuro depressivo - Uma criança que tem a mãe depressiva tem maiores chances de desenvolver alterações emocionais, uma depressão, por exemplo, assim como a mãe.

Essas mamães têm problemas de impor limites: às vezes são permissivas demais e outras rígidas demais. Essa dificuldade faz com que as crianças, principalmente entre os 18 e 42 meses, tenham dificuldade de se relacionar com seus amiguinhos, criando relações inseguras e desorganizadas, com problemas claros de comportamento.

Alguns estudos realizados demonstram maiores índices de dificuldades escolares, seja por déficit de atenção ou distúrbio de aprendizagem, maior comportamento de risco e maior número de acidentes com os filhos de mães depressivas.

Um grupo de pesquisadores publicou um artigo na revista Journal of the American Academy of Child & Adolescent Psychiatry em janeiro de 2007 relatando o comportamento de adolescentes cujas mães apresentavam episódios depressivos.

Verificou-se maior número de usuários de drogas ilícitas, iniciação precoce da atividade sexual e maiores taxas de abandono escolar.

Os filhos, desde pequeninos, espelham-se bastante no comportamento materno. Proteção, acolhimento, apoio e correção colocados pela mãe são cruciais na formação e consolidação da personalidade das crianças.

Dicas

O apoio da família, terapêutico e social é importante para que as mães depressivas possam exercer sua função de protetora.

Um pai presente pode amenizar os riscos negativos que a depressão materna acarreta na vida dos filhos.

Quanto antes a depressão for tratada, menor será o impacto no desenvolvimento das crianças.

Bruno Rodrigues

Texto retirado do site: http://guiadobebe.uol.com.br

Você sabe qual é a importância da água para nós?

A água é muito importante para a nossa vida. Ela está presente em muitas atividades do nosso dia-a-dia:

Em nossa higiene diária, quando tomamos banho, lavamos as mãos antes das refeições, escovamos os dentes etc;

Em nosso lazer, quando nos refrescamos na praia ou brincamos na piscina;

Na hidratação do nosso corpo, quando bebemos água e outros líquidos.

Em tarefas domésticas, como lavar louças e roupas, limpar pisos etc;

Há muita coisa a saber a respeito da água. Ela está presente nos menores movimentos do nosso corpo, como no piscar de olhos. Afinal, somos compostos basicamente de água. Mais de 70% do corpo humano é composto de água!

Como vimos, a água é essencial para a nossa vida e bem-estar!



Fonte: Smart Kids

Ciclo da água
Estados físicos da água
Como economizar

O Fantasma do Lustre

Estávamos todos reunidos na pequena biblioteca de nossa casa. Como era de costume sempre após o jantar fazíamos nossos deveres de escola. Eu, estava às voltas com meus teoremas, minha irmã com sua redação e meu irmão tentando recortar alguma figura para o cartaz de ciências. Ali, entretidos, ouvimos um estalo vindo do alto. Um olhou para o outro e não dissemos nada, apenas balançamos os ombros como que dizendo: que foi? Continuamos concentrados. De repente a luz piscou duas vezes, mas, imediatamente, voltou e ficou normal. Ficamos quietos novamente.

De repente ouvimos um forte assobio... Aí então não deu para ficar quieto, saímos correndo da sala. Fomos direto à sala de estar onde papai e mamãe estavam dando uma olhadinha no jornal.

- Que foi? perguntaram os dois já de pé tal a pressa com que adentramos a sala.

- Tem um fantasma no lustre dissemos os três quase que gaguejando.

- O quê? disse meu pai.

- É um fantasma no lustre!

Acompanhamos meu pai que levou consigo uma escada. Até ai então não entendíamos porque uma escada. Puxa, ele não tinha medo mesmo.

Subiu nela, vimos que apertava alguma coisa e depois delicadamente pegou algo. Desceu.

- Prontos para ver o fantasma?

Grudamo-nos uns nos outros...

- Primeiro: a lâmpada estava meio solta. Apertei-a e agora não vai mais piscar. E aqui está o fantasma que assobiou para vocês.

Abriu a mão e lá estava um inseto pequenino.

- Papai, o que é isso?

- Uma cigarra meus filhos, e elas cantam, assoviam!

Ficamos de boca aberta olhando.

- Então não tem fantasma?

- Claro que não.

Voltamos a outra sala e lá meus pais riam do nosso susto.

Puxa e eu que pensava que tinha um fantasma no lustre!

A janela bateu com o vento e, novamente, saímos correndo.

- Foi a janela - dissemos juntamente com as risadas de meus pais.

Sempre que entro numa biblioteca lembro deste fato, olho para os lustres e procuro o fantasma, ou seja, as cigarras.



Autora: Marlene B. Cerviglieri

Medo do escuro

É só a luz se apagar para que a criança
“acenda” o medo na hora de dormir, em virtude da escuridão no quarto.
Somente no escuro que seu filho relata bichos debaixo da cama, sombras e
espíritos do mal que querem pegá-lo e monstros dentro do armário. Nunca
menospreze esse medo, a criança sente realmente, não é manha.





O medo é uma reação de proteção do
organismo que prepara o nosso corpo para fugir de situações de perigo. O
medo do escuro faz parte do desenvolvimento infantil e começa aos três
anos de idade desaparecendo por volta dos seis anos.





Antes dessa fase, porém, a criança começa
a construir o seu próprio mundo com muita magia e seres imaginários que
podem brincar com ela, fazendo conhecer os mais variados sentimentos,
incluindo o medo.





E é justamente a hora de dormir o momento
onde a criança se sente desprotegida, pois tem que se “desligar” da
presença dos pais e da segurança que os adultos oferecem. Então, quando a
luz se apaga, as crianças não enxergam nada, o que é real desaparece e a
escuridão esconde os perigos de sua própria imaginação.





Um simples ruído pode perfeitamente ser o
monstro que irá puxar seus pés, assim como a sombra de um galho de
árvore transforma-se em um fantasma.





Nessas ocasiões, procure deixar a lâmpada
do banheiro ou do corredor acesa até que ela durma. Para que a criança
se sinta segura, deixe a porta aberta ou dê algum brinquedo que ela
possa abraçar. A presença dos pais ou de alguém que lhe transmita
segurança na hora de dormir também é muito importante. Se preferir, leve
a criança para dormir na cama dos pais, porém, de forma que não seja um
hábito corriqueiro, para que não se acostume.





Além da fantasia, outra causa que pode
levar ao medo do escuro é a mudança de casa. O quarto novo é um
desconhecido que pode guardar surpresas como os temíveis monstros. A
criança poderia não ter medo na casa antiga, pois conhecia o seu quarto
canto por canto.





Para lidar com esse medo os pais devem
conversar com a criança. Compreendendo o porque da criança ter medo do
escuro, fica mais fácil explicar que a sombra na parede não é um
fantasma, mas a sombra do galho da árvore que está do lado de fora.





Um erro do adulto é fazer a criança
enfrentar o medo contra a sua vontade. Fazê-la expressar o medo que
sente deixa a criança segura para enfrentar sua própria fantasia.





Segredinhos para acabar com os monstros -
Algumas brincadeiras ajudam a criança a dominar o medo do escuro como
identificar as sombras na parede feitas pelas mãos ou as que aparecem no
quarto, ou então adivinhar qual é o som no escuro e de onde vem.





Quando o medo aparecer é bom deixar um
foco luz aceso para que a criança se sinta mais segura e mais para
frente apague esse foco, mas deixe uma lanterna sempre no mesmo lugar
para que a criança possa acendê-la quando sentir medo. Bichos de
pelúcia, travesseiros e brinquedos preferidos podem dar segurança e
aconchego na hora de dormir.





Extraído do site: Guia do bebê